Medição da banda larga móvel começará sem mobilidade

25 de outubro de 2012 - 19:50

A medição da qualidade da banda larga móvel começará a ser feita utilizando “probes” (medidores) fixos. A solução claramente não é a mais adequada, já que não abrange o comportamento do serviço em uma situação de movimento, que é o principal atributo da banda larga móvel.

De acordo com o coordenador do Grupo de Implantação de Processos de Aferição da Qualidade (GIPAQ), Bruno Ramos, que é superintendente de serviços privados da Anatel, não existe no mundo nenhuma solução de medição da banda larga móvel que contemple o comportamento do serviço quando o usuário está em movimento. “A posição da Anatel é de que a medição deve ser feita com mobilidade, mas não existe solução no mundo ainda”, afirma ele.

O GIPAQ, que se reuniu nesta quarta, 24, resolveu testar duas soluções para a questão. A primeira é a utilização de equipamentos específicos que seriam instalados nos carros dos Correios (e, segundo, Ramos já existe um acordo com os Correios para isso) e percorreriam rotas aleatórias; ou seja, o GIPAQ não saberia a priori qual seria essa rota. A segunda solução que será testada é a instalação de software de medição nos smartphones dos usuários. Nesse caso, existem algumas variáveis que poderiam influenciar na medição, como a quantidade de aplicativos usados ao mesmo tempo, carga da bateria etc. As duas soluções serão objeto de um projeto-piloto a ser iniciado entre dezembro e janeiro de 2013, diz Ramos. Enquanto isso, a medição será feita através de probes fixos. Ainda não foi escolhida a cidade que receberá o teste-piloto, mas Bruno Ramos afirma que será uma metrópole, provavelmente o Rio de Janeiro.

A medição da banda larga móvel, assim como a da fixa, será iniciada dia 31 de outubro, como determinam as Resoluções 574/2011 e 575/2011, que criaram o RGQ-SCM e o RGQ-SMP, respectivamente.

Números confusos

Em agosto passado, a Anatel divulgou o início das inscrições dos voluntários para participar da medição da banda larga fixa. Na ocasião, a agência comunicou que seriam selecionados em todo o Brasil 12 mil voluntários, que receberão os probes para serem instalados nas suas conexões. Não havia ainda um panorama claro de como seria a medição da banda larga móvel, embora já se aventasse a possibilidade de se utilizar medidores fixos. Estava claro, portanto, que os 12 mil voluntários seriam para participar da mediação da banda larga fixa.

Bruno Ramos disse, contudo, que serão usados pouco mais de 6 mil probes para medir a banda larga fixa e “4 mil ou 5 mil” para medir a banda larga móvel. De onde se conclui que os 12 mil medidores anunciados anteriormente é o número total de medidores, incluindo os que serão usados para a medir a banda larga móvel.

O ministro Paulo Bernardo, que estava presente no anúncio, foi questionado sobre a representatividade estatística de 12 mil voluntários em um universo de 20 milhões de conexões. Ele disse que se essa amostragem for bem escolhida ela terá, sim, validade estatística, mesmo representando apenas 0,06% das conexões. Na verdade, com o número informado nesta quarta, 24, por Bruno Ramos, o número de voluntários será 0,03% do total – e não 0,06%.

 

Fonte: (teletime)