Sem jargão técnico, Linguagem Simples se comunica melhor com o cidadão

9 de dezembro de 2025 - 16:52 # # #

A Linguagem Simples, tornada política pública no Ceará por Lei em 2022 – estado pioneiro no Nordeste – e instituída como política nacional em 17 de novembro deste ano, foi tema de palestra no Circuito de Desenvolvimento Institucional (CDI) da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (Etice), sugerido e organizado pela Ouvidoria e Assessoria da Presidência da Etice. A matéria foi exposta nesta terça-feira (9) pela especialista nesta estratégia de comunicação, Mônica Saraiva, advogada do ÍrisLab, por meio de videoconferência (Google Meet), a convite da Ouvidoria e Assessoria da Presidência.

Surgida nos Estados Unidos em 1940 e adotada no Reino Unido em 1970, após manifestação de rua para denunciar a incomunicabilidade na informação institucional, a Linguagem Simples foi acolhida pelo México em 2000 e por países da América Latina em 2010, informou Mônica Saraiva. A técnica, segundo ela, tem sua eficácia respaldada em pesquisa e comprovada por dados científicos.

Linguagem Simples é uma forma de comunicação clara, objetiva e acessível, que usa palavras comuns, frases curtas e estrutura direta para que qualquer pessoa possa entender facilmente informações, direitos e deveres, sendo essencial para a inclusão e o acesso efetivo a serviços públicos, evitando jargões e termos técnicos.

A Linguagem Simples objetiva aproximar o ambiente público e a população, observou Mônica Saraiva, que tem especialização em Escrita e Criação na Unifor. A especialista criticou o juridiquês e outros jargões do serviço público por levarem o cidadão a uma sensação de não pertencimento, pela dificuldade de compreender a mensagem para poder tomar a decisão correta. “A linguagem deve ser adaptada na hora da conversa – é preciso mudar a maneira de dizer, para as pessoas compreenderem”, recomendou.

O uso da linguagem simples favorece a participação social, possibilita maior confiança, agilidade, transparência e economia de tempo – poupa retrabalho e a necessidade de explicação de conteúdos. Ao final, Mônica deu orientações para redação de editais e se dispôs a ministrar oficina aos profissionais da Etice no campo da sua especialidade.

Dicas da especialista a serem aplicados na comunicação por escrito em editais e comunicados institucionais:

“Planejar e produzir textos com linguagem que considera as necessidades e o ponto de vista do cidadão”.

“Dividir textos em parágrafos curtos (com até 5 linhas) e, quando possível, organizar as
informações em tópicos e dar títulos às seções.

“Substituir, sempre que possível, termos técnicos e jurídicos por palavras mais conhecidas dos cidadãos, evitando estrangeirismos e siglas sem explicar o que elas significam”.