Ônibus conectados com tecnologia 3G

22 de junho de 2012 - 14:12

 

Em Curitiba, a população já colhe os frutos da informatização e cada ônibus funciona como se fosse uma plataforma WiFi.

A população de Curitiba começa a colher os frutos dos investimentos feitos pela prefeitura em informatização, conectividade e sistemas de análise de informações. Junto com a renovação da frota dos ônibus que prestam serviços na Rede Integrada de Transportes, na capital e região metropolitana, o que permitiu a redução de cerca de cem toneladas de poluentes emitidas no ar, a modernização levou a conectividade para os ônibus, por meio da tecnologia 3G. “Hoje, temos condições de tornar cada ônibus em uma plataforma WiFi”, comemora Renato de Almeida Rodrigues, diretor-presidente do Instituto Curitiba de Informática (ICI).

No decorrer de 2011, os ônibus ganharam computador de bordo conectado por 3G para o gerenciamento de informações. O projeto começou pelo Ligeirão (veículo com 25 metros de comprimento). Os 24 carros nesse modelo têm todos os equipamentos para monitoramento em tempo real e uma espécie de caixa-preta, que registra o histórico da viagem. No decorrer deste ano, toda a frota de transporte coletivo, num total de 2.400 ônibus, terá monitoramento eletrônico. “Isto significa ver, em tempo real, o trecho percorrido, tempo de parada, formação de comboios, tempo que resta para chegar ao terminal e até um sinistro ou assalto”, relata Rodrigues.

O ICI também montou uma central de controle de operações do trânsito e transporte, que permite monitorar, na sala de situação, as zonas de congestionamento no trânsito, ou aquelas que estão livres. “São informações importantes para a mobilidade urbana, pois permitem indicar, por meio de painéis de mensagens variáveis, as melhores rotas, ou mudar temporariamente a programação de um semáforo para que o trânsito possa fluir melhor naquela via de acesso”, explica ele.

Por trás desse serviço, a Prefeitura Municipal de Curitiba mantém uma rede de fibras gerenciada pelo ICI, que já contava com 28 quilômetros e, no ano passado, foi ampliada em mais mil quilômetros. Essa rede é complementada por 50 quilômetros da Redecomep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; e por hot spots. A infraestrutura conta, ainda, com um data center próprio (com 68 Terabytes de dados disponíveis e 48 Teras armazenados, além de capacidade para suportar 158 sites/portais publicados, que têm mensalmente três milhões de acessos); 70 sistemas na base de Business Intelligence; e um Centro Integrado de Informações Estratégicas.

Segundo Rodrigues, são 1.100 pontos interligados via fibra, o que inclui as 181 escolas do município (com conexão de 10 Mbps), os 136 equipamentos de saúde, entre unidades básicas, unidades de saúde da família, de emergência médica, centros de especialidades, entre outros. Nas unidades de saúde, a conexão vai de 10 Mbps até 100 Mbps nos hospitais municipais, o que permite serviços como o de diagnóstico a distância. Os centros administrativos também já têm ultra banda larga e todos são interligados à rede municipal.

No último ano, Curitiba também expandiu o número de hot spots e conta hoje com 530 pontos de acesso gratuito em locais públicos. A rede municipal atende a um tráfego gerado a partir de 29 mil usuários da rede corporativa da prefeitura, além de 809 mil usuários de correio eletrônico gratuito. Inclui, ainda, os acessos gratuitos via totens e via wireless. Em janeiro deste ano, somente os acessos nos 71 totens multimídia somaram 14.355.

Aplicações georreferenciadas

Outros serviços em funcionamento na rede da prefeitura envolvem aplicações para georreferenciamento, serviços eletrônicos para planejamento urbano de obras e ações de governo, além da Central 156, que atende 4.500 ligações por dia. Uma estrutura de contact center montada no ano passado reforçou o trabalho da central de atendimento e iniciou um serviço de pró-atividade. Chamada de Central de Relacionamento Municipal (CRM), a unidade interage com os cidadãos em temas específicos (por exemplo, divulgação de audiências públicas, obras, convocações de concursos públicos, etc.). “Com a estrutura de call center consultamos a população sobre determinadas intervenções na cidade ou na elaboração da lei orçamentária”, conta o presidente do ICI, dando como exemplo as mais de cinco mil entrevistas realizadas para levantar a opinião das pessoas e subsidiar o planejamento de governo na elaboração da lei orçamentária.

Como o serviço 156 é integrado e tem ferramentas de BI, permite aos gestores analisar e comparar dados no atendimento da demanda, e orientar as ações epidemiológicas ou o planejamento de ações na educação, meio ambiente, etc. Com ferramentas inteligentes, foi possível também ampliar as ações na área da segurança e combate a criminalidade. “Desenvolvemos uma série de aplicações para a defesa social, criando situações que ajudam a planejar a operação com ferramentas de geoprocessamento e de BI”, informa o presidente do ICI. Com esses sistemas, explica, é possível ter um mapa do crime atualizado em tempo real. O geoprocessamento possibilita o cruzamento espacial de ocorrências, permitindo análise e comparação de dados, ajudando na ação da Guarda Municipal.

Outra iniciativa voltada ao atendimento da população foi a implantação de uma central de serviços – Service Desk. Essa plataforma pemite aos servidores municipais maximizar o uso dos recursos computacionais. Seu objetivo é garantir que apesar de eventuais necessidades de manutenção de hardware (micros, impressoras, rede, sistemas operacionais) e software (sistemas em uso pela prefeitura), estes fiquem o mínimo possível em processo de manutenção. “Temos acordos de nível de serviço agressivos”, comenta Rodrigues, citando como exemplo a Secretaria de Saúde, na qual o problema de um microcomputador, em qualquer lugar da cidade, tem que ser resolvido em, no máximo, quatro horas.

 

Fonte: (wireless mundi)