Obama nega ‘bisbilhotice’ generalizada

5 de setembro de 2013 - 18:27

E Putin afirma que seu governo não vai entregar Edward Snowden aos Estados Unidos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu aos europeus e a população ao redor do mundo que seu governo não está examinando seus emails nem ouvindo suas conversas pelo telefone. “O que nós tentamos fazer é focar em áreas de preocupação muito específicas”, disse, em entrevista coletiva concedida em Estocolmo, na Suécia, nesta quarta-feira (4).

“O que nós estamos tentando fazer é mirar, bem especificamente, em algumas áreas de preocupação”, disse Obama, acrescentando que tais áreas incluem ações contra o terrorismo, armas de destruição em massa e segurança cibernética. O governo dos EUA vem sendo acusado de espionagem eletrônica de mensagens na internet e ligações telefônica de pessoas ao redor do mundo, inclusive de chefes de Estado, como da presidente Dilma Rousseff.

Obama disse que pode fazer algumas mudanças nos programas de supervisão por conta de avanços da tecnologia. “Podem haver situações nas quais nós estamos reunindo informações simplesmente porque nós podemos e que não ajuda na nossa segurança nacional, mas que levantam questões em termos de se estamos sendo muito intrusivos com relação às interações de outros governos”, disse.

Sua equipe de segurança, em conjunto com um quadro independente, está revisando tudo para encontrar o equilíbrio entre a fiscalização do governo e as liberdades da população, garantiu Obama. A intenção do programa, segundo ele, era melhorar o entendimento dos EUA do que está acontecendo ao redor do mundo.

Snowden

Já o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse hoje (4) que seu governo não vai entregar Edward Snowden aos Estados Unidos. O ex-funcionário de uma empresa que prestava serviços à norte-americana NSA, Agência Nacional de Segurança, denunciou um esquema de espionagem do governo de Barack Obama a vários países.

A declaração ocorre no momento da 8ª Cúpula do G20, encontro que reúne os líderes das maiores economias mundiais, em São Petersburgo, na Rússia, e que vai contar com a presença dos presidentes Obama e Putin. O chefe de Estado russo reconheceu que o governo dos Estados Unidos têm o direito de exigir a extradição, mas reiterou que seu país não vai entregar Snowden.

“Por vezes pensei que ele [Snowden] era um rapaz estranho. Não imagino que ideia faz de si esse jovem de 30 e poucos anos. Como tenciona organizar a sua vida futura? Ele se condenou a ter uma vida bastante complicada. Não imagino o que vai fazer. Mas já está claro que não o entregaremos. Ele [Snowden] pode se sentir seguro aqui”, disse Putin.

Em seguida, o presidente russo acrescentou que: “Talvez dentro de algum tempo a própria América [Estados Unidos] compreenderá que não se trata de um traidor e espião, mas de uma pessoa com convicções definidas, que podem ser avaliadas de forma diferente.”

Putin revelou hoje, pela primeira vez, trechos das conversas entre Snowden e as autoridades russas: “Se ele quer ficar no nosso país? Nesse caso deve pôr fim a qualquer atividade que destrua as relações russo-americanas. Ele respondeu: Não. Luto pelos direitos humanos e eu apelo que lutem comigo. Eu disse: ‘Nós não vamos lutar com ele, que lute sozinho'”, disse.

Fonte: (tele.síntese)