Viagem de Dilma aos Estados Unidos será definida nesta semana

16 de setembro de 2013 - 16:48

O entendimento do governo é de que o país não apresentou, até agora, uma justificativa satisfatória sobre as denúncias de espionagem.

A presidenta Dilma Rousseff decide, esta semana, sobre a visita aos Estados Unidos, agendada para outubro. Segundo o Blog do Planalto, tudo depende do encontro com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, marcado para esta terça-feira (17). No palácio, há um entendimento de que o governo norte-americano não apresentou uma justificativa satisfatória sobre as denuncias de espionagem.

Figueiredo viajou para os EUA na terça-feira (10) e cumpriu agenda em Washington e Nova York até sexta-feira (13). Em Washington, ele esteve com a conselheira de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice. Após a reunião, o chanceler disse que as conversas sobre o caso de espionagem continuam.

Após o encontro com Figueiredo, o governo norte-americano divulgou uma nota à imprensa sobre o que foi conversado . “A conselheira de Segurança Nacional [Susan Rice] transmitiu ao ministro Figueiredo que os Estados Unidos compreendem que as recentes revelações à imprensa, das quais algumas têm distorcido as nossas atividades e outras têm gerado questões legítimas pelos nossos amigos e aliados, criam tensões na muito estreita relação com o Brasil”, diz o texto. De acordo com a nota, os Estados Unidos se comprometeram a trabalhar em parceria com o Brasil para resolver o assunto.

Debates

O tema espionagem será debatido no Senado e na Câmara nesta semana. A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e a CPI da Espionagem do Senado vão realizar reuniões conjuntas para ouvir a presidente da Petrobras, Graça Foster, e a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Magda Chambriard.

Na terça-feira (17), às 11h30, as três comissões ouvem a diretora-geral da ANP. Na quarta-feira (18), às 9h, será a vez da presidente da Petrobras ser ouvida pelas comissões. Os senadores questionarão as duas dirigentes sobre as denúncias de que a agência de segurança nacional dos Estados Unidos – a National Security Agency (NSA) – teria espionado a Petrobras, a maior estatal do país.

As reuniões ocorrem pouco mais de um mês antes do leilão para exploração do Campo de Libra, na Bacia de Santos, marcado para 21 de outubro. Esse é um dos principais campos petrolíferos da camada pré-sal no Brasil, que tem potencial estimado entre 26 bilhões a 42 bilhões de barris de petróleo, cujo valor poderá ultrapassar US$ 1 trilhão.

Os senadores querem saber se a lisura do leilão pode ter sido comprometida devido à espionagem. As autoridades terão de responder se sentem-se seguras para a realização desse leilão frente a possíveis quebras de dados sigilosos, que poderiam beneficiar algum dos concorrentes.

Na quinta-feira (12), o senador Roberto Requião (PMDB-PR) comunicou a apresentação de projeto de decreto legislativo com o objetivo de sustar o edital do leilão do Campo de Libra.

Já a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara vai promover audiência pública na terça-feira (17) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo; o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general de Exército José Elito Carvalho Siqueira; e o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Wilson Roberto Trezza, para avaliar a espionagem eletrônica norte-americana ao governo brasileiro.

Segundo o autor do pedido de debate, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o objetivo é ouvir esclarecimentos dos ministros e do diretor da Abin sobre notícias de que a presidenta Dilma Rousseff e seus principais assessores foram alvo de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).

O deputado declarou que é preciso esclarecer as denúncias, por considerar que a espionagem norte-americana coloca em xeque a soberania do país. “Coloca em xeque também sigilo das comunicações de dados, o direito à privacidade e à inviolabilidade das comunicações”, declarou.

 

Fonte: (tele.síntese)